segunda-feira, 8 de outubro de 2012

De pés no chão


Andar é um divertido exercício para o corpo, uma forma prazerosa 
de relaxar a mente e a maneira mais simples de se manter saudável

Texto: Nina Weingrill // Ilustração: Visca



De pés no chão

Você se lembra de quando aprendeu a andar? Provavelmente, não.
 Então, deixe-me ajudá-lo: foi difícil pra caramba. Ganhar equilíbrio,
sustentar-se nas duas pernas,
 coordenar os passos – primeiro um,
depois o outro, olhando firmemente
para os pés errantes. Mas você conseguiu.
Hoje, o que foi um excitante desafio transformou-se em atividade automática.
O que não é tão bom assim.
Talvez pela facilidade que temos em andar, nos esquecemos de como esse exercício
pode fazer bem para nosso humor e nossa saúde.

Para algumas pessoas, porém, a andança nunca perde a graça. A pesquisadora Aide Torres,
por exemplo, há 45 anos perambula feliz por aí. Moradora de São Paulo,
 ela tem desde muito cedo o hábito de caminhar para qualquer lugar.
Ao trabalho, ao parque, ao médico, à feira, à casa das amigas – mesmo que o
 destino esteja a uma dezena de quilômetros. “É costume. Sempre escuto que
 me viram andando em algum lugar”, diz.

Segundo Aide, a disposição é herança genética.
Seu pai, que morava em Foz do Iguaçu (PR), andava pelo menos três vezes
 por semana até o Paraguai para comprar jornal e chipa,
um biscoito tradicional da cultura guarani. “E viveu até os 92 anos,
sempre com o mesmo peso”,
 conta a filha.

Nenhum especialista duvida de que o hábito possa ter contribuído
 para a longevidade de seu Guillermo. “A caminhada melhora a circulação do sangue,
desenferruja articulações, previne contra o glaucoma, reduz o risco de fraturas
 e de câncer de mama e libera endorfina, hormônio que nos dá aquela sensação de bem-estar”,
afirma Paulo Roberto Correia, coordenador do Laboratório de Fisiologia do
 Exercício da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A atividade é indicada
 sobretudo para quem já passou dos 30 anos, idade em que a construção fisiológica
 do corpo se encerra. A partir de então, é preciso manter o organismo
ativo para garantir o bom funcionamento da respiração e dos músculos, incluindo o coração.

Tanta vantagem, porém, ainda não foi capaz de convencer as amigas de Aide a adotar
seu hábito. “Elas sempre inventam alguma desculpa quando as convido.
 Acostumaram-se com o carro e se esqueceram de como é bom ver a cidade c
om olhos de pedestre”, diz. Para ela, cada caminhada traz suas surpresas.
“Uma vez conheci um rapaz que estava tirando ervas daninhas do canteiro
de uma avenida e fui ajudá-lo na limpeza. Foi divertido. E os vendedores de flores
 na frente do cemitério já me conhecem, volta e meia me dão um arranjo.”
 Ela também não deixa de se conceder presentes: dependendo do percurso,
Aide se programa para tomar um café na lanchonete preferida,
passear numa livraria, dar uma paradinha no parque. “Caminhar me ajuda
a descarregar as energias e a me manter saudável. É raro me ver doente”, afirma.

Matéria completa: Fonte: http://www.yasni.com.br/ext.php?url=http%3A%2F%2Frevistasorria.com.br%2Fsite%2Fedicao%2Fde-pes-no-chao.php&name=Aide+Torres&cat=filter&showads=1

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