sábado, 27 de setembro de 2014

Bicicletas de bambu ficam abandonadas em CEU Paraisópolis.

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27/09/14
21:06:56

SP: Bicicletas de bambu ficam abandonadas em CEU Paraisópolis

Dezenas de bicicletas de bambu estão encostadas e sem uso no Centro Educacional Unificado Paraisópolis, em São Paulo                                     
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Fonte: O Estado de S. Paulo |  Autor: Bruno Paes Manso  |  Postado em: 23 de setembro de 2014
Bicicletas estão abandonadas em CEU
Bicicletas estão abandonadas em CEU
créditos: Reprodução AE

O blog SP no Divã esteve no Centro Educacional Unificado Paraisópolis, em São Paulo, no sábado e constatou com os frequentadores que os equipamentos estão esquecidos faz dois anos. As correntes, câmbios, aros e demais acessórios já estão estragando e em condições ruins.

O projeto da Prefeitura, que buscava ensinar aos alunos práticas de ”sustentabilidade” e de “mobilidade” aos alunos de escola pública, vem mostrando como desperdiçar tempo, material e dinheiro público.

As bikes começaram a ser montadas em março de 2012, ainda na gestão de Gilberto Kassab. Havia uma fábrica que ocupava dois andares do CEU Jardim Paulistano, na Brasilândia, na zona norte, onde eram produzidos os quadros triangulares de bambu, todos colados com produto natural e depois encaixados aos acessórios.

O uso do bambu em contraposição ao alumínio era justificado para economizar energia e discutir com as crianças questões relacionadas ao meio-ambiente. Testes davam conta de que o equipamento era resistente.

Além de produzir as bicicletas com estudantes, o projeto ensinava técnicas de deslocamento com o apoio de monitores para incentivar o uso das duas rodas entre o caminho da casa e a escola. Eram dadas dicas a crianças de 12 a 14 anos sobre como formar comboios e diminuir os riscos de acidentes no transporte.

O programa foi orçado em R$ 4,6 milhões e tinha a meta ambiciosa de produzir 4.600 bicicletas, mas apenas 1.700 foram feitas e entregues. As complicações começaram quando a ONG responsável pelo projeto, Instituto Parada Vital, que também mantinha convênio com os bicicletários do Metrô desde 2008, começou a ficar mal das pernas no final de 2012 e depois decretou falência.

Nos últimos dois anos, durante a gestão de Fernando Haddad, o projeto acabou ficando de lado. “Começaram a faltar monitores ainda no segundo semestre de 2012″, explica o atual secretário da Educação César Callegari.

“Também havia questionamentos sobre a segurança do equipamento e sobre os valores do contrato”. Representantes da gestão do ex-prefeito Kassab dizem que tanto a metodologia como as bicicletas foram deixadas em bom estado para que o programa tivesse continuidade na atual administração.

Apesar de cicloativistas ainda tentarem mediar com as escolas maneiras de dar um destino às bicicletas de bambu, o clima de litígio pode botar todo esforço a perder. A atual administração criou uma comissão para avaliar medidas legais contra o contrato. O convênio também está sendo auditado pelo Tribunal de Contas do Munícipio, que questiona os valores pagos pelo município e a segurança das bicicletas de bambu.

Enquanto isso, os alunos seguem percorrendo o trajeto a casa e a escola a pé, com centenas de bicicletas mofando a espera de uso.

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