Sete milhões e 400 mil pessoas viajam todos os dias para trabalhar ou estudar. A constatação é de pesquisa divulgada ontem (25)
pelo IBGE.
O fenômeno é bem conhecido nas regiões metropolitanas, onde grandes contingentes abarrotam ônibus e trens diariamente para percorrer até 60 km até seus locais de trabalho. Mas ocorre também nos aglomerados de cidades, existentes em todo o país, onde quase sempre as condições de transporte intermunicipal são mais precárias. Daí o crescimento da frota de carros e especialmente motocicletas em alguns rincões bem distantes das metrópoles.
A divulgação do relatório do IBGE coincide com a
publicação do artigo de Adamo Bazani, jornalista especializado no tema, e que ressalta a falta de políticas públicas que dêem conta dessa precariedade, visível mesmo nas grandes capitais, como Rio de Janeiro, Vitória, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre, Manaus etc. O caso mais emblemático é o de Cuiabá (MT), onde o metrô de superfície (VLT) que ligará a capital matogrossense à vizinha Várzea Grande está emperrado por um emaranhado de problemas - técnicos, financeiros e políticos. Quem sofre é a população que teria um grande benefício com a conclusão da obra.
Enquanto as grandes obras de infraestrutura (metrôs, trens, corredores de ônibus) não ficam prontas, ativistas mobilizam-se para ter ao menos o direito de caminhar e pedalar pelas cidades.
Amanhã, sexta-feira, ciclistas de todo o Brasil (e de algumas outras cidades do mundo)
realizam manifestações em apoio ao programa paulistano de construir 400 km de ciclovias até o final de 2015. Como todos sabem, as obras estão embargadas por decisão judicial, a partir de documento do Ministério Público Estadual repleto de falhas conceituais. A mais grave delas é considerar que o automóvel é o principal sistema de transporte urbano na capital paulista.
Como se sabe, a maior parte dos paulistanos circula de transporte público ou a pé, apesar da precariedade das calçadas públicas na maior e mais rica cidade da América do Sul. E apesar de inúmeras ações e campanhas, como a Calçadas do Brasil, de 2012/2013, os buracos e pedras continuam atrapalhando a vida dos pedestres.
Daí, a ação
#CalçadaCilada organizada pela rede Corridaamiga, com apoio do Mobilize e de várias outras organizações. A ideia é sair às ruas neste sábado (28) e registrar os problemas encontrados nas calçadas de seu bairro, de sua cidade, especialmente nas proximidades de escolas, estações de transporte, centros comerciais e hospitais. Avalie, fotografe e registre suas impressões na plataforma Cidadera, que está disponível na
seção Mobilize-se, no portal Mobilize Brasil.
Participe!