Histórico
Entre 2008 e 2012, por meio de uma parceria com o metrô, o Instituto Parada Vital foi o responsável por administrar mais de 20 bicicletários nas estações. Em 2012, porém, usuários começaram a reclamar da precarização da estrutura dos bicicletários, da falta de funcionários e de furtos de bicicletas. Alegando falta de recursos – que vinham de publicidade e leis de incentivo -, o Parada Vital interrompeu a operação em diversos bicicletários, prejudicando os usuários e provocando o fim da parceria com o metrô.
Para os 10 novos equipamentos inaugurados hoje, o metrô abriu processo licitatório em abril desse ano para credenciar empresas interessadas em implantar e administrar bicicletários. Em junho foi homologado o credenciamento da empresa Brasil e Movimento, que administrará os bicicletários em parceria com a ONG ASCOBIKE (Associação dos Condutores de Bicicletas de Mauá), responsável pela implantação do bicicletário existente na estação Mauá, da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), e cujo sistema serviu de modelo para outros bicicletários instalados junto a estações de trem. O metrô não investe dinheiro nos bicicletários. A contrapartida da empresa fica por conta da exploração de publicidade no local feita por ela e do aluguel de bicicletas.
Como funcionaPara estacionar a bicicleta, o ciclista deve apresentar o RG, CPF, comprovante de residência e preencher um cadastro com dados pessoais e descrição da bicicleta (incluindo preço) e assinar um termo de compromisso dizendo que se responsabiliza a trancar a bicicleta com “cadeado de boa qualidade” (a empresa não especifica que tipo de cadeado é este, mas você pode ler aqui sobre travas e cabos para prender sua bicicleta com segurança). O cadastro é feito uma única vez em qualquer um dos bicicletários, e permanece em rede, não sendo necessários outros cadastros posteriores, apenas a apresentação de documento de identificação. O ciclista receberá um comprovante de que estacionou a bicicleta. Na volta, terá que apresentar o mesmo comprovante para retirá-la. “Se o documento for extraviado, o usuário deverá assinar um termo informando que retirou a bicicleta naquela data sem apresentar o comprovante de estacionamento”, informa a assessoria.
Para emprestar uma bicicleta, o processo do cadastro é o mesmo para o estacionamento, com a diferença de que o usuário tem também sua foto agregada ao registro (a foto é tirada na hora e no local). Além dos documentos, é necessário apresentar um cartão de crédito com limite mínimo de R$ 450,00.
Valor
Para estacionar a bicicleta, as primeiras 12 horas são gratuitas. As horas adicionais custarão R$ 2 cada. Para empréstimo, a primeira hora é gratuita, e as demais também custarão R$ 2 cada. O pagamento é feito com cartão de crédito.
Horários
O funcionamento dos bicicletários será de segunda a sexta-feira, das 7 às 22hs. ATENÇÃO: nos primeiros 60 dias, segundo a assessoria, os bicicletários abrirão nos mesmos dias e horários, além de sábados, domingos e feriados. Mas apenas nos primeiros 60 dias. Ao longo desse período, a administradora vai analisar a demanda dos usuários e poderá ajustar os horários ou mantê-los como nos primeiros dois meses.
Responsabilidade da empresa
Como uma medida inédita para o ciclista que utiliza estacionamentos públicos ou privados e que está acostumado a ouvir que “a empresa não se responsabiliza pela bicicleta”, a Brasil e Movimento se responsabilizará, sim, por danos, roubos ou furtos das bicicletas, e terá que oferecer seguro.
Melhorias
A reativação dos bicicletários nas estações de metrô é, sem dúvida, uma boa notícia para os usuários que ficaram “órfãos” do serviço há quase um ano, quando o Instituto Parada Vital deixou de oferecê-lo. O número de vagas para estacionamento ainda é baixo para a demanda existente. Ao que parece, no entanto, este é um número inicial, e a empresa administradora dá indícios de que pode aumentá-lo. Um outro ponto do programa que poderia ser revisto é a exigência do cartão de crédito com limite mínimo de R$ 450 para o empréstimo de bicicletas, condição que afasta muitos potenciais usuários do serviço. Em Londres, por exemplo, o pagamento é feito com cartão de crédito na hora da retirada. O usuário pode optar por um passe de 24 horas, passe semanal ou anual. Ele precisa ter crédito disponível, claro, mas não limite mínimo.
Em tempo
Se você for usar o serviço hoje, prepare-se para enfrentar alguma possível precariedade. Visitei o bicicletário da Sé às 7:10 e as máquinas de cartão sequer haviam sido instaladas.
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