sábado, 28 de janeiro de 2012

Você conhece a ginecologista do esporte?

Hoje já existe essa especialidade voltada ao atendimento da mulher praticante de atividade física
Yara Achôa, iG São Paulo



O número de mulheres praticantes de atividades físicas cresceu muito nos últimos anos. Profissionais ou amadoras, elas estão em busca de uma vida mais saudável e melhores resultados.
Mas, como todas as mulheres, estão sujeitas a incômodos que podem comprometer a realização dos exercícios – muitas vezes as afastando do esporte – e atrapalhar a performance.
Foi pensando nesse público que a ginecologia se uniu à medicina esportiva e passou a dar atenção especial a essas particularidades.
Para entender melhor a especialidade, conversamos com a ginecologista do esporte Tathiana Parmigiano, do Hospital do Coração (HCor). Formada pela Unifesp, ela atua nas seleções brasileiras de judô e basquete e no Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa, em São Paulo (SP). A convite do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) Tathiana também integrou o corpo médico e acompanhou a rotina das atletas brasileiras nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, realizados em outubro no México.

iG- A partir de quando a mulher que pratica esporte passou a receber atenção especial?
Tathiana Parmigiano-
Os estudos com esse público se intensificaram após 1972, quando o presidente americano Richard Nixon exigiu igualdade de oportunidades entre homens e mulheres nos esportes. O número de praticantes aumentou muito e suas particularidades passaram a exigir cuidados especiais. Hoje temos corridas de rua só para mulheres, artigos esportivos para mulheres, representamos 42% do número de participantes nas últimas Olimpíadas. Isso é um feito importantíssimo! A ginecologia do esporte surgiu para cuidar das mulheres esportistas.

iG- Como esse especialista pode ajudar?
TP-
O objetivo é informar a mulher que pratica atividade física que ela deve estar atenta ao próprio corpo e que o ciclo menstrual não deve impedir a prática de esporte ou piorar o rendimento. Além disso, orientações sobre incontinência urinária e cuidados com as mamas, muitas vezes subestimados, estão na lista de temas e problemas abordados por esses profissionais.
iG- Cólica menstrual e TPM podem tirar a mulher do esporte?
TP-
Elas podem ser incapacitantes para a prática de atividade física, sim. Desde levar a perda de uma aula, um treino, até comprometer o rendimento em um evento competitivo. Hoje podemos minimizar esses sintomas com contraceptivos hormonais, antiinflamatórios e outros recursos. Não é justo que algo tão feminino como o ciclo menstrual vire nosso inimigo. Nenhuma mulher deve se acostumar com cólicas ou TPM. Muito menos aquela que pratica exercício.

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